
chegaste
com a agressividade do vento.
as árvores sentiram-te,
abanaram
como a dizer adeus ao verão
que findou.
os pássaros partiram,
perdeu-se o sorrir das flores.
no chão resplandece o amarelo oiro
mas o rasto que trazes contigo
é saudoso, bafiento e árduo
o homem não te reconhece
julga-te o fardo do dia,
arrastando a morte
em cada passo,
e, na surdida da noite
celebras a nostalgia.
as portas vestem-se
de sono,
empurram a visão
de um tempo destruído.
os rostos são imagens
cerradas sem fulcros
nas paisagem enredadas do outono
despidas de folhas,
só as magnólias circulam ofuscantes.
l.maltez